Magro de olhos negros

Magro, de olhos negros, cara cheia de barba,

Mal servido de olhos, um ferido por uma arma,

Zangado na facha, não igual na atitude,

Sem um olho, nesse olho só queria ter saúde.

Incapaz de se manter sereno,

Pois em brigas se metia no terreno,

Era um aventureiro,

Pois serviu como guerreiro.

Eis um grande escritor,

Que entre as damas causava furor

E quando era para os copos, não tinha pudor

Eis o nosso grande Camões,

Que se dedicou a poesia, pois na guerra

Um olho perdeu contra esses mourões.